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Energia Notícia

A Comissão Europeia publicou no dia 10 de fevereiro um marco importante sobre o hidrogênio verde, trata-se de um ato delegativo sobre a própria definição do hidrogênio renovável. É um documento aguardado há muito por potenciais investidores e produtores de hidrogênio, pois nesse documento são estabelecidas as condições para que o hidrogênio fabricado possa ser negociado como hidrogênio renovável em toda a União Europeia.

CONFIRA O DOCUMENTO NA ÍNTEGRA.

O ponto chave, e mais controverso, é o mecanismo que possa garantir que a produção de hidrogênio verde utilizando eletrolisadores não venha a utilizar uma energia renovável que porventura já esteja provendo energia sem emissão de carbono à rede elétrica. Em outras palavras, para que não haja um deslocamento de geração renovável, atualmente usada para a diminuição da pegada de carbono da matriz energética, para a produção do hidrogênio verde.

Para isso, foi criado o conceito de adicionalidade, que é a regra estabelecida de que os projetos de energia renováveis não devem ter o início da operação em período maior que 36 meses antes da instalação para a produção de hidrogênio e seus derivados.

A razão dos 36 meses é que a implantação de projetos de energia renovável implica em tempo e atrasos adicionais à implantação de eletrolisadores, restringindo a capacidade de criação de economias de escala. Entretanto, considerando eletrolisadores alimentados por fontes renováveis, surge a pergunta: o que deve acontecer quando não há vento ou irradiação solar ideais para a geração de energia? Para não interromper a produção do hidrogênio, eletrolisadores poderiam utilizar a energia da rede elétrica potencialmente de outras fontes? Essa é uma questão de suma importância, uma vez que quanto maior o uso do eletrolisador, menor será o custo médio do hidrogênio produzido ao longo de sua vida útil. Mas, com esse objetivo, o eletrolisador poderia utilizar a energia da rede elétrica, possivelmente produzida a partir de gás natural ou carvão durante esses períodos e suprir o equivalente da energia renovável posteriormente como uma compensação? Sobre essas questões, o ato delegativo da Comissão Europeia cita a compensação horária e a compensação mensal.

Na compensação horária a energia da rede elétrica utilizada para a produção do hidrogênio deve ser compensada por a energia renovável produzida dentro da mesma hora, o que torna muito difícil na prática o uso da energia da rede. Por outro lado, na compensação mensal é permitido contabilizar toda a energia utilizada na produção de hidrogênio durante um mês e compensar com o mesmo montante de energia renovável, nessa base mensal. Nesse ato, a Comissão Europeia estabeleceu que deverá ser utilizada a correlação mensal até 31/12/2029 e, após isso, somente a compensação horária será permitida.

Dentre as linhas de pesquisa do IATI sobre hidrogênio verde está o mapeamento estratégico das normas e regulamentações sobre o hidrogênio renovável, potenciais mercados e players.

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